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Lisanka (2010), Daniel Diaz Torres

Publicado originalmente na Cinética em Junho de 2010.

Não ajuda muito que Lisanka, de Daniel Diaz Torres, tenha sido exibido no CineCeará 2010 logo depois de Memória Cubana (2010), de Alice de Andrade e Iván Napoles. Pois a pregnância que sobra nas imagens dos noticieros é exatamente o que falta neste outro filme cubano. Em seus primeiros minutos, uma gag anacronicamente explícita conquista alguma simpatia: um casal faz sexo em um galinheiro, e a montagem alterna planos dos corpos com o vai-e-vem das badaladas do sino da igreja local (mais tarde, uma cena parecida será montada com a chegada de um míssil atômico soviético na cidade, devidamente erguido ao final). Mas o que parecia anunciar uma versão cara-de-pau das comédias de Guel Arraes aos poucos se revela um longo equívoco de tom, ritmo e escritura, marcado pela incapacidade absoluta de se cortar de um plano para seu contraplano sem quebrar a continuidade fotográfica.

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