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“Contorno” @Black Hole Studio, Roscommon, Ireland

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VERSÃO EM PORTUGUÊS

My short film Contorno (Contour, 2021), plays tonight at Black Hole Studio, in Roscommon, Ireland, as part of aemi’s touring program Súitú. The film is screening alongside Susan Hughes’ Eyes Like Cats (Ireland, 2022); Morgan Quaintance’s A Human Certainty (U.K., 2021); Bárbara Lago’s Yon (Argentina, 2021); Sofia Theodore Pierce’s Other Tidal Effects (USA, 2021); Lisa Freeman’s Hook, Spill, Cry Your Eyes Out (Ireland, 2020); and Holly Márie Parnell’s Cabbage (Ireland, 2022), at 7pm, local time.

It is always interesting for me to hear how other people relate to my works, since they are generally fairly open. When Contorno played at Prismatic Ground, in New York, I was thrilled to find out that the great music/film critic Joshua Minsoo Kim had written a couple of paragraphs about the film. I have long followed and admired his writing at Tone Glow and other publications, and it was a pleasure to revisit the film through his eyes and ears. Here’s what he wrote:

“The description that accompanies Fábio Andrade’s Contour is nothing more than a quote: ‘Open the leaves I will see my body turned into flower.’ These words are from Gabriel Joaquim dos Santos, the salt worker and self-taught architect from Brazil who spent decades of his life building the Flower House. This space was constructed from various found materials—shells, broken lamps, metal lids, etc.—and the result was an ongoing project that lasted from 1912 to 1985.

This lifelong commitment to something scrappy, distinct, and beautiful permeates Andrade’s short film. The first half employs rapid camera movements and a minimalist soundtrack—the latter is more about creating a sense of perpetual momentum than landing on some sort of end point. As rocks and shells on a beach’s shore cascade in a dizzying array of beige, white, and umber, the camera eventually fixates on the nearby water, its harsh splashes and foamy movements providing some semblance of repose. At its midpoint, Contour covers the screen in a fog-like grey, with light and movement still perceptible. What’s soon revealed is a small crab underneath, and then a song is heard in the distance: the Folkways gem ‘Sutukung Kumbu Sora Followed By Solo (Tomora Ba Tuning)’ by Alhaji Bai Konte and Dembo Konte. It, like the images, have this invigorated feeling of constant loping. That the film begins with shell-shaped rocks is slick: Contour’s bookends grant a poetic understanding of how life and art are always intertwined, and that creation is an unceasing, neverending process.”

I am especially happy to see the level of attention paid to the work of Gabiel Joaquim dos Santos, and Alhaji Bai Konte and Dembo Konte in writings about Contorno. My latest three short films—In Another Eye (2021); Construção de uma Vista (Construction of a View, 2022); and Contorno—all derive directly from the work of other artists (Clarice Lispector, Patti Smith, Robert Flaherty, Alfred Hitchcock, Lou Reed, Lupcínio Rodrigues, among others), who are listed in the credits as cast/crew members. Together, these films create an informal collection of reinterpretations and rearticulations of existing works of art that I see as being intertwined with the very matter of life itself—like the rocks, pebbles, and seashells that make Contorno.


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Contorno @Black Hole Studio, Roscommon, Irlanda

Contorno será exibido hoje à noite no Black Hole Studio, em Roscommon, Irlanda, como parte de Súitú—o programa itinerante de filmes selecionados pela aemi. O curta passa junto de Eyes Like Cats (Irlanda, 2022), de Susan Hughes; A Human Certainty (Reino Unido, 2021), de Morgan Quaintance; Yon (Argentina, 2021), de Bárbara Lago; Other Tidal Effects (EUA, 2021), de Sofia Theodore Pierce; Hook, Spill, Cry Your Eyes Out (Irlanda, 2020), de Lisa Freeman; e Cabbage (Irlanda, 2022), de Holly Márie Parnell, às 19h no horário local.

Para mim, é sempre interessante saber como as outras pessoas se relacionam com meus trabalhos, já que, em geral, eles são deliberadamente abertos. Quando Contorno foi exibido no Prismatic Ground, em Nova York, fiquei feliz de saber que o ótimo crítico de música e cinema Joshua Minsoo Kim havia escrito alguns parágrafos sobre o filme. Há muito tempo acompanho e admiro seus textos no Tone Glow e em outras publicações, e foi um prazer rever o filme através de seus olhos e ouvidos:

“A descrição que acompanha Contorno, de Fábio Andrade, é uma citação: ‘Abrei a folhas verei meu corpo virou-se em flôr’. Essas palavras são de Gabriel Joaquim dos Santos, o trabalhador de salina e arquiteto autodidata brasileiro que passou décadas construindo a Casa da Flor. A casa foi feita com materiais encontrados – conchas, lâmpadas quebradas, tampas de metal, etc. – resultando em um projeto contínuo que durou de 1912 a 1985.

Esse compromisso de vida com algo fragmentado, peculiar, e belo permeia o curta-metragem de Andrade. A primeira metade emprega movimentos rápidos de câmera e uma trilha sonora minimalista – mais voltada a criar de uma sensação de movimento perpétuo do que a chegar em algum tipo de destino. À medida em que as rochas e conchas de uma praia formam uma cascata estonteante de variedades de bege, branco e âmbar, a câmera termina no mar, encontrando um aparente repouso nos respingos e movimentos da espuma do mar. No seu midpoint, Contorno inunda a tela com uma névoa cinza, que cobre movimentos de luz e formas ainda perceptíveis. Aos poucos, a névoa descortina um pequeno caranguejo, enquanto, ao longe ouve-se uma música: a joia da Folkways ‘Sutukung Kumbu Sora Followed By Solo (Tomora Ba Tuning)’, de Alhaji Bai Konte e Dembo Konte. Como as imagens, a música traz de volta a sensação de um galopar constante. O fato de o filme começar com formas de concha é expressivo do que está por vir: a forma circular de Contorno carrega uma expressão poética do entrelaçamento entre vida e arte, e da criação como um processo incessante e interminável.”

Fico especialmente feliz com a atenção dedicada aos trabalhos de Gabriel Joaquim dos Santos, Alhaji Bai Konte e Dembo Konte em textos sobre Contorno. Meus três filmes mais recentes—In Another Eye (No Olho do Outro, 2021); Construção de uma Vista (2022); e Contorno—derivam diretamente da obra de outros artistas (Clarice Lispector, Patti Smith, Robert Flaherty, Alfred Hitchcock, Lou Reed, Lupcínio Rodrigues, entre outros e outras), que aparecem nos créditos como integrantes da equipe, ou elenco. Juntos, os filmes criam uma coleção informal de reinterpretações e rearticulações de trabalhos artísticos que, a essa altura, me parecem se misturar à paisagem natural—como as pedras, conchas, e cacos que formam Contorno.

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